quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Banda Levante: perfil e entrevista exclusiva


A banda carioca Levante tem um som influenciado pelo movimento grunge de Seattle, lembrando grupos como Alice in Chains e Pearl Jam. Passeia também por vertentes brasileiras, bebendo de Chico Science e Nação Zumbi. E tem também um pezinho no punk, não só na pegada como também nas letras. Suas letras, aliás, são fortes e carregadas de inconformismo, expondo as deficiências estruturais da sociedade, num grito de protesto contra atual lógica social: é o rock utilizado para o que ele serve de melhor.
Destaca-se a versatilidade do grupo que toca suas músicas em versão amplificada e acústica; o baixista, por sua vez, vi tocar três instrumentos diferentes nos vídeos disponíveis no YouTube. Show!

E é claro que o Rio de Metal quis saber um pouco mais sobre a Levante... Depois de ler o release da banda, que pode ser lido no final desse post, rolaram umas perguntas:

Vocês moram bem longe uns dos outros, certo? Conta como foi que se encontraram, como é a logística pra ensaios, gravações, essas coisas...
Nós militamos no movimento estudantil da UFF e UFRJ. Fazíamos parte do mesmo coletivo, o Construção, trocávamos ideia sobre música e tal. O LEVANTE já tocava, mas só eu e o Bim éramos da banda. Mas com a saída de um guitarrista e depois do baixista entrou o Mayco (guitarra) e o Paris (baixo).  Já o Bim (baterista), ainda na primeira formação da banda, em 2006, encontramos na internet nesses sites de procura de músicos. Fizemos um teste com ele e foi aprovado com louvor.  Acabou que a banda ficou com metade de Niterói e a outra metade do Rio de Janeiro.
Como temos outros empregos, temos que ser muito organizados pra dar conta de tanta coisa pra manter uma banda underground. Ensaiamos em estúdios em Niterói, o Cativeiro ou no Estúdio do Cadu. Cada um tem tarefa na banda: marcar ensaio, fazer as artes gráficas, alimentar o site, agendar shows, os que tem carro transportam as coisas e leva a galera pros shows. É tudo bem coletivo.

O grande mote da música de vocês é a contestação do sistema, da sociedade, certo? Tem a agressividade do grunge, do punk, o tempero das músicas nacionais... Como foi chegar a esse formato?
O LEVANTE é uma proposta antiga e já tinha basicamente a ideia de produzir músicas críticas, ácidas e bem agressivas, tanto na letra, quanto na música. Com as idas e vindas de integrantes a sonoridade variou um pouco. Atualmente estamos mais pesados, percussivos, sem abrir mão de elementos da música nacional. Nós quatro temos muita proximidade musical, raramente temos grandes discordâncias, por isso, os rumos do nosso som foi surgindo aos poucos dialogando com a proposta inicial. Acabou que chegamos a essa ideia básica de uma releitura do grunge à brasileira com músicas próprias.

Até agora ouvi quatro músicas autorais. Vocês pretendem lançar mais em breve? Um CD, Um EP...
Temos um EP chamado LEVANTE com 3 músicas, lançado em 2010. Neste ano terminamos de gravar o nosso Cd chamado "Pessimismo da Razão Otimismo da Vontade". São 8 músicas gravadas no estúdio Superfuzz. Lançamos on line 4 músicas e o Cd está endo prensado para venda neste momento. Além disso, vamos lançar no fim de dezembro o nosso primeiro clip da música "O Filho Pródigo que Pensava Demais". Temos muitas músicas ainda pra serem gravadas, mas vamos tirar o ano de 2013 pra lançar  nossas músicas pelo mundo.

Para conhecer mais da banda:
http://bandalevante.com.br/
http://br.myspace.com/bandalevante1
http://www.facebook.com/bandalevante
http://tramavirtual.uol.com.br/banda_levante
http://twitter.com/bandalevante
http://www.youtube.com/user/bandalevante

Release
O LEVANTE surgiu da colisão entre o grunge e a quebrada da favela. Desde 2006 na estrada, a formação passou por algumas mudanças. Depois de idas e vindas pelo underground e pelas lutas do movimento popular, acabou que a Ponte Rio-Niterói uniu os integrantes: Bim (bateria), Paris (baixo), Mayco (Guitarra) e Reginaldo (guitarra e vocal). Trazendo na bagagem uma forte influência de Alice in Chains, Pearl Jam, Chico Science e Nação Zumbi a banda faz uma mistura sonora com o peso de Seattle, mas passeando pelos caminhos urbanos brasileiros. Com letras que tratam da opressão, mas também da luta por liberdade o LEVANTE dá o seu recado sem pedir licença. Bim, o baterista, traz no sangue suas influências do grunge e do punk com levadas sinuosas e violentas. Paris, o baixista, revela em suas notas a agressividade do punk do ABC paulista, sempre mencionando a quebrada do samba. Mayco é o guitarrista criado nas vielas do Underground de Niterói, sempre fiel ao grunge e ao metal com pitadas de Cartola. Reginaldo, guitarrista e vocalista, juntou a distorção da guitarra e o vocal rasgado, às influências de música brasileira. O LEVANTE lançou o seu primeiro EP independente: LEVANTE!, em 2009. De lá pra cá já rodaram por diversos eventos de expressão no underground do Grande Rio: Bizarre Fest (2006); Cinemaconhaque (2007); Submundo (2008); Maré de Rock (2010); Festival Araribóia Rock e Rock em Movimento (2011). Atualmente a banda está concluindo seu próximo álbum: Pessimismo da Razão; Otimismo da Vontade. O LEVANTE! expõe em suas letras as feridas da sociedade e avança contra a monotonia da normalidade da arte do "possível" e exige a novidade: a revolução! O LEVANTE! é movimento. A necessária ambição de ser livre.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Morre Fabio Costa, um dos fundadores do Garage Art Cult

Foto: Reinaldo Leal.

Fabio Costa, que dedicou uma boa parte da sua vida à cena do metal carioca, criou junto com  Paulo ”Hans” Jr mais que um lugar; uma lenda.

O Garage Art Cult, que funcionava num antigo casarão na Rua Ceará, abriu espaço para diversas bandas florescerem no cenário da música independente carioca, várias delas alcançando um espaço no mainstream. Em seu palco, construído pelas próprias mãos do Fábio, subiram bandas como  Ratos de Porão, Matanza, Gangrena Gasosa e Planet Hemp. Lá também morou Marcelo D2, como relatado no livro Esporro, de Leonardo Panço:  "muito pouco (ou quase nada) teria acontecido sem o clube escuro e quente da Rua Ceará, na Praça da Bandeira, perto do Centro do Rio. (...) Pra se ter uma noção da importância do Garage, quando Marcelo D2 marcou o primeiro show do Planet Hemp por lá, o grupo nem existia. Ele foi forçado a arrumar pessoas para tocar. Quer dizer, quem sabe se sem o Garage, Marcelo nem teria montado o grupo. No caso específico de D2, a importância do Garage vai bem mais longe. Foi no palco do clube que ele morou, em tempos de vacas bem magras."


Guerreiro e idealista, não há como esquecer o quanto ele se dedicava ao Garage, o quanto curtia cada banda nova que entrava lá. Nem as críticas pesadas que fazia a quem lhe pedisse determinadas concessões na programação ou no espaço do Garage, caso ele não concordasse...

Fabio estava lutando contra o diabetes, problemas cardíacos e renais. Ficou meses hospitalizado por conta destes males e também de uma calcinose cutânea. Nem por isso deixou de frequentar tantos shows quanto pôde, da marca do Garage no Odisseia, assim que saiu do hospital.

Com seu jeito irreverente e opiniões fortes vai deixar os bangers cariocas com muitas saudades...
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