A cada semana a estratégia de venda deles muda um pouquinho: eles estão ainda adaptando esse conceito de pagar um preço justo e individual. Até a penúltima vez que tinha ido lá, eles informavam que o preço sustentável era de R$ 3,50. Pela atitude e iniciativa, costumava (e ainda costumo) pagar R$ 4,00, o que ainda é um preço menor que o praticado usualmente (lembrando que se trata de uma iguaria exclusiva). Mas já vi uns e outros pagarem R$ 1,00. Bom, se a coisa anda difícil, beleza. Até porque os caras resolveram deixar o preço em aberto justamente para que todos possam desfrutar, independente da condição financeira. Mas quem visivelmente tem condição de pagar o preço sustentável, por que não fazê-lo? Até porque, se todo mundo resolver pagar um valor irrisório pelo produto, ou dar um calote, ele não será mais viável. Se continuar desse jeito, quem hoje curte o espaço, que representa muito mais que um bom café, em breve poderá deixar de tê-lo.

Impossível pra mim não associar a proposta dos caras ao que é vivenciado pelas pessoas envolvidas com projetos culturais independentes. Músicos, escritores, artistas plásticos...
Mas destaco entre essas cenas (obviamente) o som underground. São mil e uma bandas, produtores, rádios e blogues, cada qual querendo mostrar sua maneira de fazer e curtir música, lutando por um lugar ao Sol. Diversas propostas sonoras esperando para serem ouvidas, e que não são piores que quaisquer outras bandas, festivais e sites que tenham alcançado a fama. É apenas diferente e está esperando o apoio do público.
Quanto à cafeteria, não sei por quantos meses ainda conseguirão manter o lugar. As contas estão expostas no quadro verde para que todos possam acompanhar a evolução do empreendimento.
Torço por eles e vou fazendo a minha parte. Gostei da idéia e sinceramente espero que esse lugar e essa atitude inspirem cada vez mais pessoas a darem o melhor de si. No caso deles, café espresso gourmet e muita simpatia.
O mesmo faço em relação ao underground. Gosto, vivencio, divulgo. Não quero que acabe, nem que fique sem graça. Quero que viceje, dê frutos e alegrias. Quero que as pessoas conheçam e curtam, igual meu atual café favorito.
Uso meu poder de consumidora para fazer as coisas realmente legais acontecerem. Não preciso de um grande selo ou uma grande emissora pra dizer o que é bom pra mim. Sou plenamente capaz de escolher o que quero ver, ler, beber ou ouvir por conta própria, explorar meus próprios caminhos em busca de arte, lazer e cultura.
Convido os leitores a conhecerem o Curto Café: parem lá pra tomar um espresso ou um capuccino. Vale super a pena. E convido também a quem está acessando esse blog pela primeira vez, a consumir cultura independente. Experimente! Leia um livro de um autor que ainda não seja famoso, ouça a música de uma banda sem selo de gravadora, assista a uma peça de teatro com atores que você nunca viu antes. Faz bem pra alma perceber o quanto é desnecessário prender-se à grande mídia.
Onde fica:
Rua São José, 35, Rio de Janeiro
https://www.facebook.com/curtocafe