segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Entrevista: Imperative Music

Imperative Music é uma agência que faz coletâneas reunindo bandas de todo o mundo. Recebi duas delas, a nº 6 e a nº 7. Já tinha gostado da primeira que recebi, a segunda está ainda melhor!
O mais recente tem músicas de 20 bandas diferentes, que vão desde o metal melódico até o thrash, passeando pelo extremo, pelo clássico... Enfim, tem de tudo, difícil algo não agradar, no meio de tantas abordagens diferentes do metal.
Há bandas da Ásia (a coreana da primeira faixa me impressionou), da América do Sul, da América do Norte e da Europa. Gostei de perceber a qualidade do material entregue pelas bandas brasileiras!
Considerando que cada faixa veio de um estúdio diferente, masterizado por diversos profissionais, considero que foi bem cumprida a missão de compatibilizá-las, para tornar mais agradável a experiência do ouvinte.
Em termos de qualidade da gravação, há de tudo: a maior parte das músicas é bem gravada, algumas poderiam estar melhores. Mas como  o próprio Gilson fala em sua entrevista, o potencial da música em si pode compensar alguns problemas de gravação e masterização.

Imagem daqui.
Confiram a matéria! :D

Gostei das coletâneas, mas não há nenhuma banda fluminense nelas. Tem alguma razão específica ou foi simplesmente porque nenhuma delas entrou em contato?
Imperative Music já apresentou bandas Brasileiras de diferentes estados do Brasil como no Volume 7 tivemos bandas do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, no Volume 6 e 5 por exemplo teve bandas de São Paulo, Goiás, e do lado do Nordeste. Estamos abertos para incluir bandas Fluminenses, nos anos 80/90 eu achava muito bom a banda DORSAL ATLÂNTICA, um clássico do Thrash Metal Brasileiro tão fudido como os Sepultura!!! Claro, as novas bandas do Rio de Janeiro são bem vindas! Eu já enviei a carta proposta para algumas bandas Fluminenses, estamos aguardando retorno deles, pois a decisão final é a banda assinar nosso contrato e concordar com os termos que dão mais garantias que RESPEITA os direitos dos artistas!

Como é feita a seleção de faixas para a coletânea?
Geralmente, eu ouço um mp3 ou uma música da banda no YouTube, e então envio a carta proposta da Imperative Music. Mesmo bandas de Demo (sem um álbum lançado), podemos incluir e dar a oportunidade para todas as bandas, estamos aqui para cooperar!

Como surgiu a idéia de montar essas coletâneas?
Bem, a muito tempo atrás, a Gravadora Norte-Americana METAL BLADE RECORDS que lançou Slayer, Cannibal Corpse, King Diamond mas no inicio a Metal Blade lançou uma Coletânea CD chamada Metal Blade Compilations "Metal Massacre" que apresentou a maior banda de Metal do mundo, Metallica com a música Hit The Lights que estavam sem gravadora na época. A ideia das Coletâneas da Imperative Music é revelar novas bandas, claro, hoje em dia o mundo da música pesada é totalmente diferente do que foi nos anos 80 ou 90, mas sempre estão aparecendo boas bandas com música boas e atitude do verdadeiro espírito da música Independente e Underground.

Desde a primeira coletânea que fizeram, o que vocês tem percebido em relação à qualidade do material gravado? E a qualidade das músicas?
Logicamente, uma banda que tenha qualidade de som (gravado em estúdio profissional e masterizado corretamente) as possibilidade das pessoas gostarem é bem maior, mas o potencial está na música em si, eu digo isto com provas que no passado, se você ouvir o debut álbum dos Dimmu Borgir, ou o debut dos Edguy, a demo-tape dos Suiços Samael ou a demo-tape dos Rotting Christ você vê que é pobre a qualidade de estúdio, mas aonde essas bandas chegaram, nem precisa falar mais nada. Claro, é bom as bandas se preocuparem com a qualidade!

Cada banda grava num estúdio diferente, em condições diferentes, com modos diversos de produzir, mixar, masterizar, com compressões diferentes, pra dizer o mínimo. Como vocês fazem pra compatibilizar essas diferenças e entregar um material de qualidade ao ouvinte?
Essa parte é o estúdio de Masterização que cuida em equalizar e balancear as músicas, neste volume 8 vai ser o Tower Studios na França que trabalhou com MEGADETH, DEVIN TOWNSEND PROJECT, TO-MERA, SEPTIC FLESH, garante sempre uma qualidade melhor.

O material que vocês entregam tem boa qualidade e isso certamente não envolve custos baixos: é prensado e tem sua arte desenvolvida no exterior. De onde vem os fundos para possibilitar sua confecção? Eu recebi o meu de graça...
Leva em torno de uns 4 meses para realizar cada volume, e o esforço de todos: estúdios, designer gráfico, distribuidoras e as bandas. Sim, o CD é gratuito, não está para venda, assim todas as pessoas recebem sem pagar nada. Não se pode dar foco ao investimento, mas sim ao beneficio que vai vir por ser ouvido em todo o mundo.

Como as bandas fluminenses devem fazer para participar das próximas edições?
As bandas fluminenses e Brasileiras de todas as regiões pode entrar em contato comigo pelo Email ou Facebook, envie um mp3 ou link do vosso YouTube para ouvi-los e então peça amostra de nosso contrato com todos os termos.
Algumas curiosidades de nossa Coletânea:
1º Coletânea CD fabricado nos Estados Unidos, CD importado de alta qualidade!
2º Distribuído e divulgado na Europa, Estados Unidos, Japão e Brasil.
3º Masterizado no estúdio Tower Studio (MEGADETH).
* Obituary (EUA) e Abysmal Dawn (Relapse Records) estão no Volume 8 contribuindo com este projeto!
*Nuclear Blast é nosso novo Distribuidor na Alemanha para promover na loja e mail-order catalogue deles.
100 Promos enviados para Imprensa e Gravadoras Internacionais mais importantes!

Obrigado!

EMAIL: imperativemusicagency@gmail.com
FACEBOOK: https://www.facebook.com/imperativemusic

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Entrevista: Plastic Fire

O quarteto surgiu há uns 7 ou 8 anos, no subúrbio carioca, em Madureira. Nesse tempo, já rodaram um pedação do país, com seus shows enérgicos, da perfeita comunicação público-banda e seus registros. Atualmente a formação conta com Reynaldo (voz), Daniel (guitarra), Felipe (bateria) e Marcelo (baixo).
Conversamos sobre suas andanças, a interação com os divérsos públicos que encontraram, crowdfunding... Confiram a entrevista exclusiva pro Rio de Metal! :)

Imagem copiada daqui.
1- São 7 anos de estrada e aparentemente a banda permanece com a mesma formação, certo? Isso é muito legal! Deve ter muita história pra contar... Quer partilhar alguma?
(Daniel): Isso, 7 para 8 anos de muita intensidade,  de inúmeros momentos bacanas e outros nem tanto, mas tamu aí, firmes a fortes! Sobre a formação, essa é a quinta e melhor até agora na minha opnião !! É que esta durando mais tempo também, já fazem praticamente 4 anos que o Felipe e Marcelo entraram pro time! Tocar e estar junto todo esse tempo ajuda e muito, estamos nos entendendo muito bem (em todos sentidos, de pessoal a musical), espero que isso dure por muitos anos ainda. Agora as histórias são inúmeras até pelo fato de sempre estarmos viajando bastante. De interessante, destaco nosso última passagem pelo Nordeste, aonde além dos ótimos shows, fizemos uma ótima tour gastronômica também, trouxemos nas malas mais amigos e mais uns 5kilos também. Destaque para o rubacão com fava.
(Marcelo): A nossa primeira vez em Curitiba (março de 2011) foi inesquecível. A recepção que tivemos por lá nos surpreendeu muito, não imaginávamos aquilo, já que ainda tínhamos aquela ideia errada de se levar pela "fama" das pessoas da cidade serem frias, fechadas, além de ser uma Verdurada (evento de hardcore ligado a cultura straight-edge e vegan). Não somos nem um nem outro, respeitamos muito, porém ficava aquela interrogação de como seríamos tratatos - e era nossa primeira vez nesse tipo de evento também. No fim, deu tudo certo, fomos muito bem recebidos, o show foi mais que especial e fizemos bons amigos que duram até os dias de hoje. (obs: há no youtube um vídeo desse dia)


2- Para o álbum mais recente de vocês, foi promovida uma ação de crowdfunding. Conte sobre a experiência.
(Marcelo): Após muita conversa sobre gravar/lançar um disco novo, percebemos que seria inviável fazer por nossa conta. Uma vez que CD não vende mais como antes, hoje em dia os selos independentes não investem mais do que a prensagem do disco. Os mesmos selos que acabaram lançando o disco (Urubuz Records, Burning London e Spidermerch) já tinham demonstrado interesse antes mesmo de começarmos a gravar. Mas é aí que veio o problema: selo pra lançar já temos, mas onde iremos arrumar dinheiro para a gravação/mixagem/masterização (repetindo a parceria que deu certo no último disco: Estúdio Superfuzz com Gabriel Zander na produção)? O Felipe (baterista) foi o primeiro a comentar sobre fazer um crowdfunding. Eu já tinha visto alguns projetos do tipo, como os dois que o Autoramas fez com sucesso para lançar um CD e posteriormente um DVD de uma turnê internacional. Por fim, decidimos que essa era a única saída, sendo a primeira banda de hardcore a fazer isso no Brasil, se não me engano. Fizemos tudo com a maior clareza possível para as pessoas entenderem como é o processo de lançar um bom disco, deixando claro que somente isso nos interessava: gravar. Nenhum centavo viria pro nosso bolso, tudo foi especificado para onde ía. Fizemos pacotes bem acessíveis, indo de 10 à 300 reais, e “recompensas” de acordo com o valor dos pacotes, entre elas: nome no encarte, CD, camiseta, poster... tudo exclusivo para os participantes do projeto. A galera comprou a briga e, faltando 1 dia para encerrar, conseguimos atingir a meta.

3- E o processo de criação, execução e distribuição desse ultimo álbum, o CidadeVelozCidade?
(Marcelo): O processo de criação de CidadeVelozCidade começou logo depois do lançamento do álbum anterior (A Última Cidade Livre), no fim de 2010, época que entrei pra banda. Mesmo com as constantes turnês de divulgação desse disco e posteriormente do split Chumbo (2012), nunca paramos de compor.
Como adiantei na pergunta anterior, repetimos a dose do útlimo disco produzindo, gravando, mixando e masterizando no Superfuzz com nosso amigo Gabriel Zander, também membro do Barizon, no qual eu e Felipe fazemos parte. O projeto gráfico também foi feito pelo Flavio Flock (Jason), e a distribuição por conta dos selos Urubuz Records, Burning London e Spidermerch.

Foto daqui.

4- Assisti a um show da Plastic Fire na Audio Rebel e me chamou muita atenção a forma de dialogar e interagir com o público: pareciam todos uma grande família. É sempre assim com vocês, é? :)
(Daniel): Os shows na Audio Rebel sempre são especiais, não só pela representação que o local tem para o cenário independente local, digo, quando fazemos algo especial também ajuda e muito para tornar a data única e marcante. Posso citar como exemplo a gravação do registro ao vivo (2011), um clipe ( já em 2012, que acabou não dando muito certo) e o primeiro show pós-lançamento do novo álbum (último e mais recente). Não sei se a definição ao certo seria de família, mas a maioria é amiga sim, uns conhecemos bem e somos mais chegados, outros não! É prazeroso demais saber que pessoas se conheceram em um show nosso e a partir dali desenvolveram um vínculo de amizade, saber que alguns tiveram o primeiro contato com o underground de verdade através de um evento organizado por nós, isso significa muito, é tão importante quanto o show em si, até pq aqui não tem essa de '' fã'' não! A gente sabe (pq faz questão de saber) quem cola nos shows,  seja em Belém, Curitiba, São Paulo, Fortaleza ou RJ por exemplo, a idéia é nos aproximar-mos ainda mais de todos que se identifiquem com a parada. Acho que quanto mais próximos estivermos da galera, melhor, vide a vitória que obtivemos no projeto do financiamento coletivo de CidadeVelozCidade.

Foto daqui.
5- E os shows fora do estado do Rio, como são? Há uma relação diferente com o público ou é por aí?
(Marcelo): É bem parecida, principalmente com quem já conhece a banda. A galera chega junto, canta, agita, da stage dive... assim como é aqui. O que muda um pouco é a reação de quem ainda não conhecia a banda. Dependendo do tipo de evento e da cidade, sempre tem aquela turma de jovens que ta começando no rock e aí qualquer coisa rápida e pesada que tocar eles vão agitar. Isso acontece geralmente em eventos que mesclam vários estilos de rock ou em cidades de interior, que não costumam ter tantos shows. Já na grandes capitais, como São Paulo – apesar de já termos um público legal por lá -, a reação de quem não conhece é um pouco diferente. Ficam mais sérios, braços cruzados, analisando. Mas é normal, estamos acostumados, principalmente se for num show com bandas um pouco diferente da gente. Mas as vezes, num caso desse, a pessoa tá lá toda séria, aí chega no fim do show e vem falar com a gente, elogia, troca ideia.
E em relação a nossa postura não muda nada, é a mesma coisa sempre. Como você viu, o Reynaldo tem uma grande presença de palco, é muito comunicativo, virou uma marca da banda.

Foto daqui.
6- O espaço é de vocês, se quiser acrescentar mais alguma informação, fique à vontade!
(Marcelo): Só temos a agradecer por você e pelo Blog abrirem espaço para todas as vertentes do rock aqui no Rio, principalmente às bandas autorais. É de pessoas assim que a cena precisa, das que ajudam a somar e não segregar. Já estive aqui com o Barizon e agora com o Plastic Fire. Espero voltar outras vezes. Vida longa ao Rio de Metal.

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