Sergio Mazul é vocalista da banda curitibana SEMBLANT, considerada um dos expoentes do Dark/Gothic Metal no país, com uma sonoridade extremamente pesada (conduzida por duas guitarras de 7 cordas e bateria rápida, quebrada a precisa) e extrema versatilidade nos vocais comandados por ele e por Mizuho Lin.
Já passou por 5 estados brasileiros promovendo suas músicas, inclusive aqui o Rio, por ocasião da Final Nacional Wachen Metal Battle 2009 em Campo Grande.
Dentre outros assuntos, perguntei a ele sobre uma possível vinda ao Rio. Confiram!
Gostaria que falasse sobre o novo trabalho da banda, o EP Behind The Mask.
Olha, eu prefiro chama-lo de “último registro” (rs) porque ele já está um pouco defasado. Lançamos ele no dia 11 de novembro de 2011 pelo emblemático 11-11-11, tema tão místico e rico, inclusive explorado em nossa música “11:11 – The Door is Open” que está registrada neste EP.
O “Behind the Mask” é o maior marco e divisor de águas na história da Semblant desde que começamos a banda, devido a estrear uma nova formação e marcar o primeiro registro com Mizuho Lin dividindo os vocais comigo e assumindo as vozes femininas da banda.
Não apenas ela, mas os demais músicos Sol Perez e Juliano Ribeiro, ambos guitarristas da Semblant, hoje assinam uma grande parcela das criações da banda, envolvendo letras, composições instrumentais e inclusive, o planejamento do andamento da mesma.
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Semblant em Campo Grande, RJ, na Final Nacional do Wachen Metal Battle 2009 |
O que você tem escutado, de fora e daqui do Brasil? Desses sons, o que tem influenciado seu trabalho musical?
Olha, eu sempre fui um fã inveterado de todas as vertentes do rock e do metal. Sou inclusive um grande colecionador de CD’s, tenho quase 3.000 peças originais na coleção e me mantenho ativo, comprando mais e mais lançamentos de bandas que me interessam e/ou que coleciono a discografia.
Vamos lá: de fora do Brasil, tenho ouvido diversos lançamentos como os últimos álbuns das bandas Soilwork, Hypocrisy, Cradle of Filth, Testament, Hardline, Rob Zombie, Saxon, The 69 Eyes, Killswitch Engage, Ghost e estou bem ansioso, esperando alguns lançamentos que pretendo adquirir no ato e que sairão nos próximos dias: novos do Amorphis e Alice in Chains.
Lógico, existem as que sempre escuto, como Black Sabbath, Morgana Lefay, Moonspell, Savatage... eu escuto muita música dentro do meio que sempre amei fazer parte. Seja no carro, em casa, trabalhando, sou um ser humano musical 24 horas por dia.
No Brasil, tenho ouvido grandes bandas como: Imago Mortis, Unearthly, Doomsday Ceremony, Holiness, Command 6, Necropsya, Krisiun, Trayce, In Torment, Distraught, Symbolica, Genocídio e tenho conferido vários lançamentos excelentes como os das bandas Wigand, Unblack Pulse, Painside, Liturgy of Suffering, enfim, acho que há muita coisa boa surgindo no Brasil e com qualidade suficiente para fazer frente a qualquer banda de fora.
Pode acreditar, fica impossível dizer o que mais anda me influenciando em meio a tantos exemplos, pois acho que tudo com o que seu cérebro entra em contato – ainda mais o assunto é música, acaba abastecendo suas fontes de inspiração.
E do Estado do Rio, vocês destacam algum trabalho?
Sem dúvida! Conheço ótimas bandas do Rio, como o já citado Unearthly, Dark Tower, Lacerated and Carbonized, Imago Mortis e lembro do Venin Noir, ótimo doom/gothic que acho não estar mais em atividade. Tempos atrás, dividimos o palco com o Unearthly e pude atestar o quanto eles estão integrando as bandas que firmaram sua bandeira no topo do metal nacional. Já dividimos o palco com a Dark Tower também, em uma final do Wacken Metal Battle que aconteceu no próprio RJ. O Rio tem grandes bandas!
E claro, não posso de citar o vocalista Gus Monsanto, grande amigo meu e que tem tantos projetos renomados mundialmente.
O trabalho vocal da Semblant é bastante rico, com vocais limpos mesclado com vozes "arranhadas", guturais... Exige um bocado de técnica. Que exercícios gosta de fazer? E para aquecer antes de ensaios, shows...
Olha, gosto de fazer alguns vocalizes para poder aquecer a voz limpa, deixa-la com o alcance e potência necessários para executar bem as linhas desta característica, em nossas músicas. Alguns gritos estridentes curtos, pra achar a “posição” durante os mesmos no meio das linhas de voz, também.
Por fim, carrego no drive à là Sepultura/Testament, que já me condiciona a executar guturais e rasgados mais facilmente.
É um ritual e rotina de no máximo, 3 minutos antes de entrar no palco ou gravar, hahaha... não tenho paciência para muitas delongas, até por ser um cara 100% prático e 0% teórico no que diz respeito a música.
A Mizuho, mesmo com sua formação erudita, é bem objetiva quanto a seus aquecimentos vocais também... somos uma dupla de cantores de ação!
Fora que costumamos ordenar o set-list de uma maneira que as primeiras músicas sirvam igualmente, como bons aquecimentos para o restante do show.
Como anda a agenda de shows? Têm algum show em vista pelo Rio de Janeiro?
Olha, no momento, temos mais um show ao lado do Matanza no próximo dia 10 de maio e estamos agendando nossa primeira ida ao Amapá. Queremos muito marcar algo no Rio, espero que com o próximo álbum os produtores cariocas achem uma boa oportunidade para incluírem a Semblant em algum evento legal! Vai ser incrível poder tocar por aí!
Paramos um pouco com a intensidade da agenda de shows devido ao nosso trabalho de pré-produção do novo álbum e ensaios com nosso novo baterista Thor Sikora. Como só entraremos em estúdio para a gravação oficial do disco no segundo semestre, estamos otimizando o tempo que temos para deixar tudo o mais impecável possível, para refletirmos no estúdio.
Serão 11 músicas totalmente novas, então é um trabalho árduo. Nosso primeiro trabalho (“Last Night of Mortality”) tinha 10 composições inéditas; o EP “Behind the Mask”, 4; lançamentos uma faixa inédita chamada “Throw Back to Hell”, para a trilha de um evento de MMA em 2012 e agora, serão 11 sons inéditos. É o nosso trabalho com maior volume criativo até hoje, fora algumas composições extras que deixaremos de fora por enquanto.
Gostaria que falasse sobre a infraestrutura que encontram nos eventos em que a banda participa: som, luz, instalações pra banda e pro público, mas especialmente a segurança.
Já tocamos em locais e infraestruturas muito limitados. Ultimamente temos sido mais seletivos, pois se não há como fazer um bom show e dar ao público o que eles merecem e achamos que podemos, logicamente não vejo razão para subir ao palco.
Pior estrutura e organização até hoje? A do Metal Open Air, onde acabamos nem tocando.
Mas sem dúvida, os produtores brasileiros tem tido uma visão bem mais profissional nos últimos anos e desde 2010, temos tocado em locais com estrutura excelente!
Bate-Volta
Metal no Brasil |
Elevando o nível cada vez mais rápido! |
Rock in Rio |
Sendo generoso e mesclando as vertentes do rock/metal: Iron Maiden,
Metallica, Slayer, Alice in Chains, Bon Jovi, Destruction, Krisiun,
Helloween, Sepultura, André Matos, Shaman, Almah, Hibria, Kiara Rocks.
Focar nestas! O resto, não tem nada a ver com o Rock in Rio e nem dá pra
chamar assim. |
Shows Underground |
Cada vez melhores. Basta vocês aí do Rio conferirem o Unearthly ao vivo! |
Show inesquecível |
Vários. Nevermore, Savatage, Slayer e Dio são os tops da lista. |
Ama |
Rock ‘n Roll/Heavy Metal, tattoos, games, HQs/livros, artes marciais e filmes de horror. |
Detesta |
Política brasileira, Radiohead e Legião Urbana. |
Te inspira |
Aleatório: boa música, bons livros, bons filmes, Bushido, Clive Barker, Stephen King, dias de ócio criativo. |