domingo, 29 de março de 2015

Rio Novo Rock - Diabo Verde e Plastic Fire

Há séculos não entrava no Imperator. Minha lembrança era de uma casa de shows com excelente estrutura, que recebia shows de alto nível, ali no Méier, que infelizmente tinha fechado em 1996. Nomes internacionais como Ramones, Pantera e Megadeth, e nacionais como Barão Vermelho, Engenheiros do Hawaii e Planet Hemp pisaram naquele palco até seu fechamento, que durou uns 16 anos.
Desde que reabriu, em 2012, não tinha ido lá. E está tão lindo... Pra quem está acostumado com a simplicidade dos locais onde costumam ser os shows underground, chega a causar espanto saber que aquela casa agora abriga um evento mensal para mostrar a que veio a cena independente carioca. Senti-me agraciada por estar ali e poder ver com todo o conforto dois excelentes shows com a estrutura que as bandas sempre mereceram: luz e som de primeira, ambiente refrigerado, seguro, preço honesto: R$10,00 por aquilo tudo, num local de fácil acesso.
Não à toa, deviam estar presentes ali umas 200 a 300 pessoas numa quinta-feira, ou seja, tendo que trabalhar ou estudar no dia seguinte. É porque realmente vale a pena, viu?
O espaço foi aberto às 20:00 e o primeiro show começou pouco depois das 21:00. Nesse meio tempo era possível apreciar os skatistas fazendo suas manobras num half pipe instalado no fundo da plateia.
Muito legal de se ver, mas recomendo que da próxima vez instalem algum tipo de proteção além das grades, mais especificamente na parte de baixo, onde tem uma fresta. É que um skate voou em direção à minha canela, por ter passado justamente por aquele buraco... Baita azar! A dor foi tanta que caí no chão, mas um membro da brigada que estava lá prontamente me socorreu colocando gelo e um spray que na hora nem consegui identificar direito, mas que salvou minha vida.
Como não guardo rancor, aí algumas fotos dos skatistas! :D




Já estava recuperada quando a banda Diabo Verde subiu ao palco. Gostei muito de ver os caras! Com um som inspirado em bandas como Bad Religion, Pennywise e Rise Against, têm letras em português que falam sobre o cotidiano de uma pessoa comum. Um dia de fúria? :D
Seu álbum mais recente é intitulado "Sincericídio" (sinceridade + suicídio), foi gravado no Superfuzz e contou com um time formado por Gabriel Bil (ex-Noção de Nada e atual Zander - técnico de baixo e guitarra e masterização), Elton Bozza (produção)e Renato Rocha (guitarrista dos Detonautas - guitarra da faixa "O que realmente importa"). Não contente em apenas apreciar o show, a galera subia ao palco para cantar junto as músicas da banda.






A segunda banda a subir ao palco foi a Plastic Fire. Já assisti ao show deles antes na Audio Rebel e (confira nesta entrevista)... Ainda bem que o Imperator é grande, pois foi uma chuva de gente dando stage dive! Os shows da Plastic Fire são sempre insanos, uma grande catarse coletiva. Certamente todos saem dali de alma lavada! :D
Sua música, feita para gritar e pular junto, tem como mais recente expressão o álbum "CidadeVelozCidade" (2014), realizado graças a um crowdfunding, em formato online e com download gratuito para os colaboradores da campanha. Saiu também um formato "físico" através dos selos independentes Urubuz Records, SpiderMerch Brasil e Burning London Records. Foram parceiros nesta empreitada: Estúdio Superfuzz, Gabriel Zander na produção e Flavio Flock no projeto gráfico.






O formato com duas bandas foi ideal para um evento no meio da semana, pois ainda deu pra ficar minimamente em pé durante o expediente no dia seguinte. Outro ponto a favor foi a facilidade para conseguir transporte: ao fim do show, havia dezenas de taxis do lado de fora. Quem quiser ir de carro pode parar em um dos cinco estacionamentos das redondezas. E quem não estiver com essa bola toda pode usufruir da farta rede de ônibus que serve o local.
O show de ambas as bandas foi ótimo, o clima do lugar e especialmente do evento era excelente: público animado do início ao fim, astral lá em cima e muita tranquilidade. O evento foi muito bem organizado, parabenizo a todos os envolvidos; saí de lá já pensando em voltar. Tem tudo para durar muitos anos e gerar muitos frutos!

2 comentários:

  1. Sim! O evento tá dando umas 300 pessoas em média (a produção diz 400, mas fui em todas as edições, umas sete, sei do q estou falando). A estrutura não deve nada ao Circo Voador, ouso dizer. O som é foda. Os subwoofers (caixas de super grave) fazem toda a diferença. São 2 amplis grandões, em cada lado do palco. Em qqr lugar q vc estiver: lá atrás, lá no cantão..., o som tá lindo! Fernanda Montenegro comentou com a produção: "cuidem bem desta casa, porque é uma preciosidade" (ela tbm estava falando, além do som, da acústica). O problema é a primeira banda entrar 21h30 e o evento terminar 23h45. Ônibus, não tem linhas de ônibus na hora da saída (falo isso pq moro no bairro, então eu sei).

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    Respostas
    1. Eduardo Pletsch, obrigada por escrever! A parte dos ônibus, pesquisei no site, mas nem sempre as informações fornecidas coincidem com a realidade, como você bem afirmou. Em teoria, apenas para a região onde moro, deveria haver 3 linhas de ônibus passando ali... Pena que o sistema de transporte coletivo não cumpra o que promete.
      A acústica realmente ficou excelente, merece elogios também o sistema retrátil das arquibancadas. Sensacional! Dependendo do tipo de evento que se quer, diria que lá pode ser até melhor que o Circo. As luzes também estão ótimas. Na verdade, não há defeito pra botar nas instalações da casa, Fernanda Montenegro tem razão.
      Quanto ao atraso, 1/2 h é pinto perto do que ocorre geralmente em shows de bandas independentes... Claro, o melhor é que eles não ocorram, especialmente em eventos no meio da semana. Ainda assim, acho que dá pra perdoar! :D
      Um grande abraço e obrigada novamente!

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