segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Innocence Lost - Entrevista sobre o EP Human Reason

Esta não é a primeira vez que escrevo sobre Innocence Lost. Já tinha publicado um post sobre eles e, claro, escutado as musicas que estavam disponíveis na época. Lembrava vagamente que tinha gostado, mas confesso que não tinha prestado muita atenção.

Recentemente, tive acesso  ao EP da banda, e desta vez ouvi com cuidado, uma vez que o objetivo era fazer uma resenha do álbum. E tenho que dizer: cara, que som!

Primeiro de tudo,  porque as composições são muito bem feitas. Segundo, porque a qualidade da gravação também é excelente.

Os integrantes da banda (Rodrigo Tardin - baixo, Aloysio Ventura -teclado, Mari Torres -vocal, Juan Carlos -guitarra  e Heron Matias - bateria) estão de muitos parabéns pelo excelente trabalho, assim como a galera do Pyro Z, estúdio utilizado para a gravação.

O álbum Human Reason é composto pelas faixas:
  •     Innocence Silence
  •     Human Reason
  •     Burning Empire
  •     Falling Down
  •     Nameless Hunter
Mari Torres - Innocence Lost
É importante destacar que não apenas as faixas estão bem gravadas. Ao vivo, pelo que pude ver nos vídeos disponibilizados no Youtube, as execuções fazem jus ao material gravado. Espero vê-los em um de seus shows agendados, para conferir pessoalmente.

Gostei muito do equilíbrio entre peso e melodia, da qualidade como um todo, em especial do vocal da Mari Torres. Conversando um pouco com ela, desvendei o mistério por trás de sua voz tão afinada, firme e suas frases longas: as técnicas de respiração adquiridas nas aulas de canto lírico, que teve no Conservatório de Música.


Aloysio Ventura - Innocence Lost
Para saber mais detalhes sobre a gravação do EP e da banda, de uma forma geral, conversei também com Aloysio Ventura, tecladista. Falamos sobre cuidados com a mixagem, dos equipamentos usados, da gravação da bateria, que quase sempre é parte mais complicada.

Aluguei o pobre Aloysio perguntando tanta coisa, mas acho que valeu a pena. A conversa rolou mais ou menos assim:

Aloysio Ventura: Estúdio: A gente gravou no Pyro Z Estúdio, que fica na Praça Seca, RJ. Ele foi mixado e masterizado pelo Murilo Pirozzi e a produção foi da banda, junto com o Romulo Pirozzi. As trilhas de Synth, eu gravei no meu homestudio e levei só pra mixar, me sinto mais confortável assim.
Sigried: Legal! Hoje em dia dá pra fazer bastante coisa em casa.
Aloysio Ventura: Eu quase não usei os sons dos meus teclados, a maioria foi VST.
Sigried: A Mari disse que a galera de lá ajudou na produção.
Aloysio Ventura: Uhum. Eles são nossos amigos e entendem a nossa sonoridade e proposta. Foi bem facil trabalhar com eles.
Sigried: A bateria foi programada?
Aloysio Ventura: Pelo fato da banda não ter muita grana para investir, e o CD ter saído todo do nosso bolso, a gente decidiu não gravar as bateras, o que barateou muito o trabalho. A gente captou todas as músicas em um ensaio, aí levou pra galera do Pyro Z. O Rômulo escreveu a batera em cima do que foi gravado no ensaio. Depois o nosso batera foi alguns dias pra lá pra dar os últimos retoques em lances de dinâmica dos tons e sonoridade dos instrumentos
Sigried: Legal! E quem participou da mixagem?
Aloysio Ventura: Eu, o Juan (guitarrista) e a Mari fomos a quase todas as sessões, e a banda toda foi no processo de mixagem. A gente participou bastante. Eles queriam deixar meu teclado muito baixo
Sigried: Heheheheh!!! Aí, tem que marcar presença, né? Onde já se viu, querer abaixar justo o teclado...
Aloysio Ventura: Senti um tom de ironia... Heehe!
Sigried: De forma alguma! Pela proposta de vcs, o teclado é importante.
Aloysio Ventura: Tem quem discorde. Hauhauah! Vamos aos instrumentos... O Juan, nosso guitarrista, usa Uma Ibanez toda modificada, com captadores Seymour Duncan Blackout e ferragens e ponte da Gotoh, e uma POD XT live. Também vai começar a usar um amplificador novo da ENGL, mas não sei ao certo o modelo. Ele está sempre pesquisando equipamentos novos, curte timbres mais modernos. O Rodrigo, nosso baixista usa um baixo Condor, bem simples. O Heron, nosso batera, tem uma Batera da Odery, feita por encomenda, toda customizada, com direito a dois bumbos de 22x19 e usa pratos da Sabian SA serie AX e HHX e uma condução da Zildjian Signature, do Neil Peart.
Sigried: Mas ele costuma levar a bateria toda pros shows?
Aloysio Ventura: Não, normalmente ele só leva a caixa, banco, pratos e pedal. Quando tocamos em eventos grandes, que temos tempo pra montar e passar som, ele leva. Isso aconteceu umas duas vezes nos últimos anos. Normalmente é tudo muito corrido.
Sigried: Hehe! Sei como é, pois tenho um baterista em casa... A dele também saiu pouquíssimas vezes do armário.
Aloysio Ventura: É bem complicado, fora que como os locais são pequenos e normalmente temos que montar e desmontar rápido, sempre danifica alguma coisa. Os cascos da batera dele são encerados, então não são muito resistentes a arranhados.
Sigried:  Uma flor de sombra...
E aí, ele me mandou a foto da preciosidade, que vocês podem conferir aqui:

Bateria Odery customizada com dois bumbos de 22x19 e pratos Sabian SA serie AX e HHX, condução da Zildjian Signature, Neil Peart.
Lindo setup de bateria!

Aloysio Ventura: Eu uso teclados da KORG, sempre fui fã dessa marca. Uso um KORG 01/w, um KORG X5D e um KORG Microstation, que eu controlo por um Kurzweil SP 76.






Aí, meus filhotes:
Teclados KORG: KORG 01/w, KORG X5D e KORG Microstation controlado por um Kurzweil SP 76

Sigried: Wow! Hehe! Lindos brinquedos! Quando vejo uma foto dessas, fico pensando por que não continuei as aulas de teclado...
Aloysio Ventura: Pô, eu comecei a tocar teclado por acaso.
Sigried: Como foi?
Aloysio Ventura: Eu tinha uma banda cover de Dream Theater, mas como vocalista, e queria montar uma banda com a Mari, pra tocar guitarra... Porque eu inicialmente só tocava guitarra. Aí começamos a organizar a coisa, ela me apresentou o novo namorado dela, que era guitarrista, mas que iria tocar teclado pra ajudar agente na banda, porque tava difícil de achar tecladista. Quando ele tocou minha guitarra, vi que ele era absurdamente melhor que eu, então disse: se alguém tem que aprender a tocar teclado, sou eu. Ele vai é continuar tocando guitarra. Aí comecei a estudar por mim e com a ajuda do tecladista da minha outra banda. Hoje em dia, prefiro tocar teclado, a guitarra ficou só por hobby... Acho muito bom, hoje tenho bem mais noção de teoria, as teclas te dão isso.
Sigried: Ia comentar isso com você. Faz diferença, saber teclado, piano. Parece que os instrumentos de teclas ajudam.
Aloysio Ventura: Acho que conhecer a dinâmica dos acordes e escalas a fundo em algum instrumento, faz diferença. No teclado/piano é mais fácil, porque as notas e acordes estão todos ali na sua cara. Acaba que a composição sai diferente se você faz num violão ou num teclado. Normalmente eu componho no teclado com um violão no colo, afinado em D que é a afinação que o Juan usa. Tento compor já pensando no que vai facilitar ele a compor riff com cordas soltas pra dar uma valorizada no peso.
Sigried: E tem alguma história engraçada pra contar? Às vezes acontece cada coisa durante as gravações...
Aloysio Ventura: Fatos engraçados, acho que não rolaram não. Só mesmo meu GPS que sempre me levava pra alguma favela... Ficou faltando alguma coisa?
Sigried: Acho que não. Mas fique à vontade se quiser contar mais algum detalhe. Adorei bater esse papo com você. Tanto você quanto a Mari são muito simpáticos.
Aloysio Ventura: Ah, valeu! 
Sigried: Quero assistir vocês no Calabouço em outubro. Boa noite!



Agenda de shows:
29/09 Dark Side Rock  Clube Umuarama - Rua 43, 155, Volta Redonda, RJ
21/10 Nallas Bar – Rua Robert Schuman (antiga rua 17) 193 Jardim América (próximo à praça central de Jardim América) tel 3346-3414 ou 9450-6048
28/10 Calabouço Heavy Bar, Tijuca.   

Para conhecer mais:

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