Segundo testemunhas, foi acionado um sinalizador durante o show. Quem já ouviu "Smoke on the Water", do Deep Purple, sabe que essa não é uma boa idéia... |
Durante alguns anos, trabalhei numa empresa que me deixou paranóica com isso. Talvez porque todos os dias os funcionários tivessem que frequentar o DSMS - Diálogo de Segurança, Meio Ambiente e Saúde. Tá bom, por um período, isso era semanal. Mas quando acontecia um acidente na empresa, tínhamos que assistir sua reconstituição e ouvir o relatório da equipe de segurança. Chato? Sim, muito. Acredito, no entanto, que isso me ajudou muito a ter mais atitudes de prevenção de acidentes, como valorizar o uso de cintos de segurança, pensar se posso ou não usar substâncias, er... Exóticas antes de determinadas situações, observar rotas de fuga, essas coisas.
Mesmo um evento com menos de 100 pessoas pode oferecer riscos. E acho que cada um dos envolvidos (público incluso) pode e deve pensar em coisas mínimas de segurança pra se proteger. Estou longe de ser especialista, sou apenas leiga, mas os anos de DSMS me fizeram imaginar algo tipo assim:
- Organizadores - verifiquem um mínimo de itens de segurança, como extintores, rede elétrica e saídas. Garantam facilidade pra escape, em caso de pânico.
- Bandas - olhem as tomadas que irão usar, e... Caso pretendam fazer alguma coisa mais ousada no palco, avisem antes a produção, pra que vocês pensem juntos em como dar aquele algo mais no show sem oferecer riscos.
- Público - assim que chegarem, verifiquem onde são as saídas. Imaginem como seria o trajeto até ela. Se virem algo estranho, falem logo a quem é responsável pela segurança.
Parecem bobagens, mas pode ajudar muita gente. E você, o que pensa sobre segurança em eventos underground? Comenta aí!
E só pra ilustrar... Veja a lista elaborada pela BBC Brasil com alguns casos recentes da combinação letal entre fogos de artifício e obstrução de saída:
- 2009: Santika Club, Bangcoc, Tailândia - Um incêndio causado por fogos de artifício deixou 66 mortos. A casa noturna funcionava sem a licença adequada e tinha apenas uma saída, o que dificultou que vítimas deixassem o local. Duas pessoas acabaram condenadas, entre elas o proprietário da boate.
- 2009: Lame Horse Club, Perm, Rússia - Uma explosão durante um show com fogos de artifício deixou 150 mortos. Apenas cerca de um quarto das pessoas presentes no local conseguiu escapar. Muitas das vítimas acabaram morrendo asfixiadas e pisoteadas.
- 2008: Boate Wuwang, Shenzen, China - O incêndio também começou com show de pirotecnia, e a tragédia foi agravada pela existência de uma única saída, com má iluminação. Quarenta e três pessoas morreram.
- 2004: República Cromagñón, Buenos Aires, Argentina - O fogo, causado por faísca de sinalizador usado pela banda, matou 194 pessoas. A tragédia provocou prisões de empresários, dos músicos e renúncias de políticos na cidade.
- 2003: The Station, Rhode Island, Estados Unidos - Fogos de artifício usados no show da banda Great White provocaram um incêndio e a morte de cem pessoas. O local foi tomado pelo fogo em menos de cinco minutos. O empresário da banda, que organizou o show pirotécnico, foi condenado a quatro anos de prisão. Duas saídas de emergência do local não puderam ser usadas. Uma das portas estava com defeito e a outra, obstruída por uma parede de espuma.
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