terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Entrevista com Jobert Mello - Design


Design ou desenho industrial é a idealização, criação, desenvolvimento, configuração, concepção, elaboração e especificação de algo direcionado para o uso. É uma atividade estratégica, técnica e criativa, normalmente orientada por uma intenção ou objetivo, ou para a solução de um problema.
Dentre as coisas que se podem projetar estão desde utensílios domésticos, máquinas, ambientes, serviços, marcas e também imagens, como em peças gráficas, famílias de letras (tipografia), livros e interfaces digitais de softwares ou de páginas da Internet.


Resumindo à beça, o design é uma parada foda. Foda também é ser designer.
Normalmente, eles se especializam em projetar um determinado tipo de coisa: as  mais comuns são o design de produto, design visual, design de moda e o design de interiores.
O Rio de Metal entrevistou Jobert Mello, da Sledgehammer Graphix, que é especializado em criar arte para o meio musical. Confere aí!


Design é uma area de conhecimento muito ampla, pois vai desde o desenvolvimento de produtos usados no dia-a-dia até a programação visual de embalagens, livros, revistas... Enfim, o céu é o limite. Como surgiu pra você esse nicho do design, trabalhar especificamente com o meio musical?
Antes de começar, gostaria de agradecer a ti pela oportunidade!
Bom, além de um grande apreciador de música, também sou baterista (apesar de estar meio parado ultimamente), eu sempre me interessei por arte e achava legal as capas de LP’s, CD’s.
Eu sou de Pelotas / RS e tive banda desde o final dos anos 80, na época fazia os cartazes de show da minha banda e das bandas de amigos com colagens e xerox (ainda não rolava computador), também pintava camisas de banda a mão... Foi um tempo divertido e depois  quando comprei meu primeiro computador, contendo o Photoshop, o Corel Draw, etc., foi uma migração natural partir para criar capas de CDS, LPs. Eu comecei com bandas de amigos e com tempo fui aprimorando meu estilo, levando a coisa ainda mais a sério e conquistando novos clientes de vários países. Hoje é minha única atividade profissional e também fonte de renda familiar. Por isso não tenho muito tempo para descanso também. (risos)


A partir de que momento você percebeu esta busca mais intensa das bandas independentes por um trabalho profissional de programação visual?
Eu acho que a maioria dos músicos sempre procuram dar uma “cara”/“marca” para sua banda. Seja num logotipo, um símbolo, a arte da capa combinando com o tema ou letra das músicas... As bandas perceberam que vale a pena investir mais, não somente no estúdio com gravação, mixagem e masterização, mas também na parte gráfica. Se seu álbum tiver uma arte legal, as pessoas terão mais vontade de pegar o CD e escutar.

Você tem uma referência de artistas gráficos, busca inspiração em algum outro designer ou outro artista icônico?
Eu posso basicamente citar um de quem realmente sou fãzaço que é o H. R. Giger. Pra quem não conhece é o cara que fez o design dos filmes “Alien”. Ele fez várias capas para álbums, entre muitas outras coisas. Existem muitos outros artistas que gosto e aprecio, mas a minha inspiração vem de diferentes formas de artes também... Sejam revistas em quadrinhos, filmes, natureza, etc.


Navegando em seu site, percebemos que o forte é o metal, mas há grupos de várias vertentes. Como é criar para diversos estilos musicais?
Eu sempre procuro conhecer a banda e a sua música. Depois, o tema ou título do CD são muito importantes para o direcionamento correto. Eu sempre procuro me direcionar ao que o cliente quer e então coloco a minha parte dessa “visão” naquilo que estou desenvolvendo. Gosto de variar os estilos porque tenho um gosto muito amplo.


E pra outros países? É muito diferente, por exemplo, criar para uma banda européia ou brasileira?
Não, muda apenas o idioma, é basicamente a mesma coisa, a banda me passa o que quer e eu trabalho na arte. Sendo muito honesto devo dizer que as bandas brasileiras costumam ser até mesmo as mais exigentes. O que é compreensível já que no Brasil é mais complicado agradar os fãs.


Como é o processo de criação dos produtos? A interação com os músicos, traduzir sua música em imagens...
Então, como disse, costumo primeiro escutar a música e conhecer algo da banda. Ver bem o estilo se encaixam. Daí começo a trabalhar. Mas como falei antes, busco minha inspiração em diferentes lugares/coisas/situações. Geralmente o processo muda de uma arte para outra.


Mencione um trabalho que tenha sido um desafio pra você (nem precisa ser ligado a música).
Hahaha, foi há muitos anos no sul quando eu fui “contratado” por uma amiga da minha mãe para pintar 2 painéis gigantes para um aniversário de criança. Eu tive apenas um dia para fazer tudo e na noite anterior saí para beber com os amigos... Sair, beber, amigos, prazo... Foi um dia inesquecível! Mas deu tudo certo e eles adoraram os painéis, hehehehe!


O que você ouve quando desenvolve seus trabalhos?
Varia muito. Às vezes o som da própria banda (se eu tiver). Normalmente começo o dia com um som mais “porrada” tipo death, black ou thrash. Mas passado um tempo posso colocar um punk rock (tipo Sex Pistols ou Dead Kennedys), depois um  Rockabilly. Então posso cansar e aí troco para um Tom waits ou um Pixies... Ou quem sabe um rock dos anos 80 tipo B52’s ou Tears For Fears... Um Rogério Skylab pra descontrair! (risos). Na verdade não tenho uma ordem certa do que ouvir, eu tenho um gosto muito estranho e variado, e por vezes bizarro. Minha mulher é quem sofre mais, hehehe...


Que tipo de trabalho você gostaria de fazer e ainda não fez?
Hum... Acho que o poster oficial para algum blockbuster de Hollywood... Ia ser interessante.


Conheça a Sledgehammer Graphix:
http://www.sledgehammergraphix.com
twitter.com/SledgehammerGPX
http://www.facebook.com/jobertmello

5 comentários:

  1. Acho que a criação de logos e arte define 'a cara' do projeto, empresa, músico,... Um dom para muitos que interpretam com inspiração e qualidade numa imagem muito profissional. Queria eu ter essa facilidade de criar um logo para rádio...

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    1. É, Vanderley, trabalhar desse jeito é coisa pra poucos... Mas cada macaco no seu galho, né? Rs! Os músicos deleitando nossos ouvidos, os designeis, nossos olhos. E nós vamos transmitindo, divulgando, essas coisas... Beijos!

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  2. Ótima matéria srta Sigried!

    aprecio a arte da manipulação digital de imagens, arte que é pouco valorizada neste país.
    Parabéns pelo post e pelo site!

    Sou do [ Silence of Shadows ]
    não curto deixar links, caso queira nos visitar qualquer dia, será bem vinda!

    Obs: também gostei muito da matéria sobre underground X segurança.

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    Respostas
    1. Obrigada pela visita, Dellone! Que bom que gostou das matérias. Pesquisei e encontrei seu blog, já estou seguindo.
      Essa matéria sobre underground x segurança, pretendo ainda dar uma aprimorada nela, talvez falando um pouco sobre as NBRs de saídas de emergência e de acessibilidade.

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  3. Oi, boa tarde, adorei sua matéria, posso usa a mesma em trabalho de faculdade?

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